quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Paraíba é segundo estado com menor incidência de Aids, diz o MS


Entre 490 mil e 530 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. Dessas, 135 mil não sabem que têm o vírus, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde e pelo programa Conjunto das Nações Unidas Sobre HIV/Aids (Unaids). Isso significa que um em cada quatro brasileiros (25,5%) infectados desconhece sua situação de risco.

A Paraíba é o 2º estado com menor número de casos no país, com uma taxa de incidência de 10.4 por 100 mil habitantes. Este ano foram registrados 426 novos casos no estado.

Na cidade de Cajazeiras, o Ministério da Saúde divulgou no mês de agosto quase 60 casos registrados. Segundo o médico ginecologista do Hospital Regional de Cajazeiras, Oscar Sobral, a faixa etária de pessoas infectadas com o vírus HIV é bastante variada, de jovens a idosos, porém a maior parte dos casos ocorre entre 25 a 40 anos. Para ele, não existe mais o chamado “grupo de risco”, composto principalmente por homossexuais. Hoje, os heterossexuais são os mais infectados, principalmente os homens, afirma o médico.

O levantamento mostra que a incidência da Aids no País em 2011 foi 20,2 casos para cada 100 mil habitantes. No mesmo período, foram registrados 38,8 mil novos casos da doença – a maioria nos grandes centros urbanos.

Enquanto o Sudeste apresenta redução na taxa de incidência de 27,5, em 2002, para 21, em 2011, as regiões Sul, Norte e Nordeste registraram tendência de aumento de casos. No Centro-Oeste, a epidemia é considerada estável.

Atualmente, 217 mil brasileiros com o vírus HIV estão em tratamento. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, avaliou que o país registra forte adesão à terapia antirretroviral, pois mais de 70% dos pacientes apresentam carga viral indetectável após seis meses de tratamento.

As pessoas que desejarem saber se têm o vírus devem procurar as unidades da rede pública de saúde e os centros de Testagem e Aconselhamento

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Dia Nacional do Câncer: Governo investe na prevenção e no tratamento da doença


O Dia Nacional do Câncer é comemorado nesta terça-feira (27) e o Governo do Estado vem implementando ações pontuais para combater a doença e oferecer aos pacientes medicamentos gratuitos e equipamentos para o tratamento. O Hospital Napoleão Laureano, em João Pessoa, foi adquirido um acelerador linear capaz de atender 100 pacientes por mês. O investimento para aquisição do equipamento foi de R$ 2,1 milhões em recursos próprios do tesouro estadual.
Para o Sertão, está em andamento a licitação para a construção do Centro de Oncologia do Hospital Regional de Patos. Será o primeiro centro de oncologia do semiárido nordestino. Por meio de uma portaria conjunta, as Secretarias do Planejamento e Gestão e da Saúde autorizaram a descentralização em favor da Suplan do crédito orçamentário no valor de R$ 2.934.736,70 para a construção do Centro de Oncologia. Serão investidos em torno de R$ 6 milhões numa parceria entre os Governos Estadual e Federal, incluindo os recursos destinados à aquisição dos equipamentos.
Depois de concluído, o centro vai beneficiar sete Gerências Regionais de Saúde (6ª, 7ª, 8ª, 9ª, 10ª, 11ª e 13ª GRS), o que representa a melhoria de acesso ao serviço para uma população de 902.310 habitantes.  A unidade terá 10 poltronas para atendimento na área de quimioterapia,  uma sala de atendimento emergencial com dois leitos e dois consultórios de oncologia.  “Com esse serviço, muitos pacientes do interior do Estado não precisarão mais viajar para Campina Grande ou João Pessoa a procura de atendimento especializado, pois o Centro irá oferecer esse tipo de atendimento”, disse o secretário de Estado da Saúde, Waldson Dias de Souza.
A construção do Centro de Oncologia será possível graças a uma parceria do Governo da Paraíba com o Ministério da Saúde (MS), a partir de prioridades definidas pelo governo paraibano. O centro vai contribuir com a implantação da Rede de Atenção em Oncologia do Estado, permitindo que a população de 89 municípios do alto Sertão passe a realizar, em Patos, diagnóstico, tratamento e reabilitação, não precisando se dirigir a Campina Grande ou João Pessoa, onde se encontram atualmente os dois únicos centros de oncologia, com hospitais filantrópicos conveniados com o SUS.
Medicamentos – O Governo do Estado também distribui vários medicamentos para o tratamento do câncer, beneficiando cerca de 600 pacientes cadastrados. Os remédios são distribuídos pelo Almoxarifado Central da Secretaria da Saúde. Esses remédios são de alto custo e o tratamento final para cada paciente pode chegar a cerca de R$ 100 mil.
No Almoxarifado Central são oferecidos os seguintes medicamentos: Sunutinib (Sutent) Tarceva, Mablitera (Rituximabe), Herceptin, Thyrogen, Novaldex D (Tamoxifeno), Temodal e Velcade (Bortezomide). Para ter acesso a esses medicamentos o paciente tem que ter em mãos os seguintes documentos: cópia da identidade, CPF, comprovante de residência, cartão do SUS e o laudo médico. De posse desses documentos,  o paciente faz requerimento solicitando a liberação do remédio ao secretário de Estado da Saúde, Waldson Dias de Sousa.
Outro Serviço – O Governo do Estado também coloca à disposição da população o Centro de Diagnóstico do Câncer (CDC), em João Pessoa. O serviço viabiliza 15 tipos de exames de diagnóstico do câncer. Os pacientes têm que ser encaminhados pelas unidades básicas de saúde e pela Central de Regulação.
Fundado em 1998 para rastrear o câncer do colo do útero, em pouco tempo o Laboratório de Anatomia Patológica do Centro de Diagnóstico do Câncer (CDC) tornou-se o único de referência no atendimento da rede pública de saúde na Paraíba.  Atualmente, a unidade responde, mensalmente, pela realização de cerca de 9 mil exames citológicos de colo de útero, 1,5 mil exames anatomopatológicos, 300 ultrassonografias e 250 colposcopias.
De acordo com a diretora do CDC, Roseane Soares, com o passar dos anos foram agregados ao atendimento da unidade outros serviços voltados em cerca de 90% para a saúde da mulher. “Foram integrados serviços como clínica ginecológica e de mastologia, além da realização de biópsias, punções aspirativas e cirurgias de alta frequência em lesões que ainda não são cancerígenas, mas que podem ser precursoras do câncer”, explicou.
Roseane Soares garante a qualidade do atendimento oferecido gratuitamente pelo SUS, especialmente no que se refere aos profissionais envolvidos. “Oferecemos atendimento especializado e comprometido com a saúde não só da mulher, como da população em geral. Possuímos, por exemplo, profissional especializado em procedimentos de detecção do câncer da tireoide, em que nota-se um crescente número de casos” revelou.
Dados – De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde, (SES) este ano o câncer já matou 2.254 pessoas na Paraíba.  Ainda segundo os dados  o câncer de brônquios e pulmões  está em primeiro lugar com 225 mortes, seguido do de próstata com 175 óbitos; estômago com 167 e de mama  com 139 óbitos.  Ano passado foram registrados 3.185 óbitos. O câncer de próstata ocupou o primeiro lugar com 285 mortes, em segundo lugar ficou o de brônquios e pulmões com 278 óbitos, estômago com 276 e mama 193 mortes.
Nos últimos anos, a mortalidade relacionada ao câncer representou 13,7% de todos os óbitos registrados no país, ficando atrás apenas das doenças do aparelho circulatório.  Na Paraíba o perfil de mortalidade por câncer também assume a tendência nacional e aparece como a segunda causa de morte no Estado, ficando atrás apenas das doenças do aparelho circulatório. A mortalidade por câncer na Paraíba apresentou um aumento de 37 % em 2010, tendo como base o ano 2001 – ou seja, em 2001 foram 1.162 óbitos; em 2010, 3.135. Em dez anos (2001 a 2010), o total de paraibanos que faleceram vitimados pelo câncer é de 22.776, sendo 11.672 homens e 11.104 mulheres.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Aids: Paraíba tem 2ª menor taxa do País


Dados são do Ministério da Saúde e revelam que em 2012 foram registrados 426 novos casos no Estado

Mapa do HIV
 Entre 490 mil e 530 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. Dessas, 135 mil não sabem que têm o vírus, de acordo com dados divulgados ontem pelo Ministério da Saúde e pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). Isso significa que um em cada quatro brasileiros (25,5%) infectados desconhece sua situação de risco.
A Paraíba é o 2º  em número de casos, com uma taxa de incidência de 10.4 por 100 mil habitantes. Este ano foram registrados 426 novos casos no Estado. 
O levantamento mostra que a incidência da aids no País, em 2011, foi 20,2 casos para cada 100 mil habitantes. No mesmo período, foram registrados 38,8 mil novos casos da doença – a maioria nos grandes centros urbanos.
Enquanto o Sudeste apresenta redução na taxa de incidência de 27,5, em 2002, para 21, em 2011, as regiões Sul, Norte e Nordeste registraram tendência de aumento de casos. No Centro-Oeste, a epidemia é considerada estável.
Segundo o balanço, o coeficiente nacional de mortalidade caiu de 6,3 mortes para cada 100 mil habitantes, em 2000, para 5,6, em 2011. Na última década, o País apresentou uma média de 11.300 mortes por ano provocadas pela aids.
Outro dado de destaque trata do acesso de gestantes ao teste rápido de diagnóstico durante o pré-natal. Em 2004, a cobertura era 63%, e passou para 84% no ano passado.
Atualmente, 217 mil brasileiros com o vírus HIV estão em tratamento. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, avaliou que o País registra forte adesão à terapia antirretroviral, pois mais de 70% dos pacientes apresentam carga viral indetectável após seis meses de tratamento.
Em 2006, 32% dos pacientes soropositivos chegavam ao serviço de saúde com contagem das células CD4 superior a 500 por milímetros cúbicos (mm³), indicativo de que o sistema imunológico ainda não está comprometido. Em 2010, o percentual subiu para 37%.
Ainda assim, a estimativa do governo brasileiro é que 30% dos infectados chegam ao serviço de saúde tardiamente. Por esta razão, a campanha deste ano pretende mobilizar estados, municípios e a sociedade civil, até o próximo dia 1º.
Durante os próximos dez dias, as pessoas que desejarem saber se têm o vírus devem procurar as unidades da rede pública de saúde e os centros de Testagem e Aconselhamento.
A campanha visa alertar a população, mas com enfoque nos grupos em situação de maior vulnerabilidade, como homens que fazem sexo com homens, travestis e profissionais do sexo. O governo também quer incentivar profissionais de saúde a recomendar o teste, independente de gênero, orientação sexual ou comportamento.
 Por Paula Laboissière, Brasília (ABr)

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Governo inaugura primeiro Centro de Referência em Esclerose Múltipla


O governo do Estado inaugurou nesta quarta-feira (21), na capital, o primeiro Centro de Referência em Esclerose Múltipla da Paraíba (CREMPB). A solenidade foi realizada nas dependências da Fundação Centro Integrado de Apoio ao Portador de Deficiência (Funad); mesmo local em que o novo serviço passa a ser disponibilizado à população.
O secretário estadual da Saúde, Waldson Dias, disse que o Centro de Referência em Esclerose Múltipla é o  quarto do Nordeste e o 11° no país. “ Esse serviço possibilita um diagnóstico precoce, um tratamento adequado e multiprofissional, e principalmente, uma melhor qualidade de vida para o paciente”, afirmou.
De acordo com o presidente da Associação Paraibana de Pacientes com Esclerose Múltipla, Severino Araújo, a entidade registra 131 pacientes diagnosticados com Esclerose Múltipla na Paraíba. Para ele, a inauguração do Centro de Referência vai permitir que os pacientes tenham acesso a um  atendimento qualificado e gratuito. “É um sonho que se realiza. Hoje podemos contar com uma gama de serviços da melhor qualidade, que vai desde apoio psicológico, ao atendimento com neurologistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e enfermeiros, tudo oferecido em um único lugar, dando mais conforto aos pacientes, de forma gratuita”, agradeceu.
Diagnosticado com Esclerose Múltipla desde 2003, Severino ainda exalta os benefícios que o Centro de Referência trará no que se refere ao diagnóstico precoce da doença. “Comecei a sentir os sintomas em 1997. Era uma dor muito forte na base da coluna. Passei 6 anos peregrinando de médico em médico, sem que o real problema fosse detectado. E isso acontece com muitos pacientes da esclerose, até porque os sintomas podem ser confundidos com uma série de outras patologias”. O presidente da Associação Paraibana de Pacientes com Esclerose Múltipla acredita que o novo serviço também sensibilizará os médicos e facilitará o encaminhamento dos casos suspeitos.
Diagnóstico rápido – A neurologista e coordenadora do CREMPB, Bianca Oliveira, pontua o dia da inauguração do centro como um marco na Saúde do Estado. “Até então nós vivíamos uma realidade de pacientes dispersos na rede, muitas vezes com o diagnóstico tardio, já sofrendo com dificuldades de locomoção, e em sua grande maioria, procurando o atendimento do Centro de Referência em Esclerose Múltipla de Pernambuco, localizado em Recife. A partir de hoje poderemos atuar neste cenário, de forma a reverter este quadro, e a tratar nossos pacientes aqui mesmo na Paraíba”. Com a possibilidade do atendimento no próprio estado, a médica acredita que o número de pacientes com esclerose registrados na Paraíba possa aumentar. “Agora teremos condições de reduzir as subnotificações e a partir de então melhor quantificar e traçar o perfil dos pacientes que sofrem com a patologia no nosso estado”, afirmou.
Serviço – Possui serviço de enfermagem, já que a medicação de uso contínuo é injetável, e um núcleo do Centro Especializado de Dispensação de Medicamentos Excepcionais (Cedmex), que atende no turno da manhã, de terça a sexta-feira, e no turno da tarde, às segundas-feiras. A enfermagem atende em ambos os horários. O atendimento do neurologista especialista em esclerose múltipla acontece na segunda-feira à tarde. Os serviços de psicologia, fonoaudiologia e fisioterapia são de responsabilidade da equipe de reabilitação da Funad.
As instalações físicas do CREMPB são compatíveis com as normas de acessibilidade arquitetônica e com os serviços nele ofertados, dispondo de ambientes para recepção das famílias, dos pacientes com esclerose múltipla; para atendimento individual e familiar; trabalho em grupos e reuniões; além das áreas convencionais de serviços.
A equipe multiprofissional do CREMPB é composta por médico neurologista, enfermeiro, técnico de enfermagem, assistente social, fisioterapeuta, psicólogo, fonoaudiólogo e farmacêutico. O CREMPB deve funcionar em articulação com os demais serviços públicos de saúde, principalmente com os hospitais para atendimento às intercorrências dos pacientes com esclerose múltipla, e demais instituições do SUS, no intuito de estruturar uma rede efetiva de promoção, proteção e recuperação da saúde das pessoas com esclerose múltipla.
Para outras informações sobre o serviço, a população pode ligar para os telefones (083) 3214-7879, 3243-8466 e 3243-8763, ramal 206.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

terça-feira, 13 de novembro de 2012

14 DE NOVEMBRO DIA MUNDIAL DO DIABETES

Por que um círculo azul?

A campanha para a Resolução das Nações Unidas sobre Diabetes foi liderada pela Federação Internacional de Diabetes (IDF). Ela é representada por um ícone simples, que pode ser facilmente adaptado e usado em todos os lugares. O ícone clama a união pelo diabetes e simboliza o apoio à Resolução das Nações Unidas sobre Diabetes.

O Conceito

Desde o início, a IDF buscou um símbolo simples, de modo a facilitar a reprodução em larga escala e facilitar o uso para qualquer pessoa que quisesse dar apoio à campanha. A ideia era ser algo tão simples, que uma criança pudesse desenhar com um giz de cera. O ícone pode ser facilmente reproduzido a um baixo custo e é facilmente integrado a qualquer campanha pelo diabetes.

A Escolha da Forma

Os círculos estão sempre presentes na natureza e têm sido usados como símbolo desde os primórdios da civilização. O significado do círculo é extremamente positivo. Em várias culturas, simboliza a vida, a mãe terra e a saúde. Nesta campanha, ele simboliza a união. A comunidade global de diabetes se juntou para dar apoio à Resolução das Nações Unidas sobre Diabetes. Nossas forças unidas foram a chave para fazer essa campanha tão especial.

A Escolha da Cor

O azul representa o céu e é a mesma cor da bandeira das Nações Unidas, que representa também a união entre os países. É a única entidade que pôde apelar aos governos de todos os lugares que era hora de reverter a epidemia global de diabetes, que ameaça o avanço econômico e que causa tanto sofrimento.

Uso do Símbolo

A IDF preocupada com o uso correto da logomarca do Dia Mundial do Diabetes, disponibilizou um Manual de Uso e também opção em 60 idiomas (inclusive em português) para facilitar os interessados no uso do material. O uso é livre.
Dados:  http://www.diamundialdodiabetes.org.br/por-que-um-circulo-azul/

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Secretário de Saúde visita o Hospital Regional de Cajazeiras

Nesta quinta-feira (08), o secretário de Saúde do Estado, Waldson de Souza, cumprindo agenda de encontros nas cidades de Patos e Sousa, aproveitou a ocasião para fazer uma rápida visita ao Hospital Regional de Cajazeiras, onde conversou com a diretora Emmanuelle Cariry e a diretora da 9ª Gerência Regional de Saúde, Maura Sobreira.
Apesar da visita de improviso, Waldson de Souza pôde fazer uma rápida vistoria em alguns setores do hospital e discutiu alguns pontos sobre a articulação das Redes de Atenção à Saúde e futuros investimentos do Governo do Estado para o HRC e a 9ª Gerência.
Confira as fotos










segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Diretora comenta a crise na saúde municipal que tem sobrecarregado o Hospital Regional de Cajazeiras

Com salários atrasados, falta de médicos e consequentemente fechamento de Postos de Saúde da Família (PSF’s), o sistema de saúde municipal de Cajazeiras, que atende 15 cidades da região, está enfrentando uma das piores crises da sua história. O grave problema atingiu também outros órgãos municipais de saúde, como a Policlínica, que está com alguns setores parados, e o Instituto Materno-infantil Júlio Bandeira (IJB), o popular Hospital Infantil, que remunera seus médicos pediatras através de repasse da Prefeitura. Porém, sem o repasse, esses profissionais também pararam de atender e o Instituto não tem conseguido suprir sua demanda.
A crise que começou com o atraso no pagamento de salários, ganhou maiores proporções no início do processo de transição do governo municipal, após as eleições do dia 07 de outubro, e culminou com o fechamento dos postos. Esse efeito dominó acabou afetando também a principal casa de saúde da região, o Hospital Regional de Cajazeiras (HRC), que apesar de ser um órgão estadual voltado para casos de urgência e emergência, tem se desdobrado para atender esta parcela da população que está descoberta pelo Município. E foi para falar sobre esta situação que a diretora do HRC, a médica pediatra Emmanuelle Lira Cariry, participou na manhã desta terça-feira (30) do programa Linha de Frente, da Rádio Patamuté FM.
Emmanuelle Cariry revelou que o hospital praticamente dobrou o número de atendimentos desde que a crise foi instalada, passando de uma média de 4.000 atendimentos mensais para 7.000. Os gastos, por sua vez, também aumentaram bastante, de R$ 400.000,00 mensais (verba fixa enviada pela Secretaria de Estado da Saúde) para quase R$ 600.000,00. Segundo a diretora, com este aumento o HRC corre o risco de voltar a contrair dívidas com fornecedores, fato que não acontece desde que sua gestão se estabeleceu no início de 2011 e implantou um setor financeiro mais organizado, dinâmico e comprometido.
Para a diretora do HRC, foi justamente a falta de comprometimento da atual Prefeitura de Cajazeiras que agravou a situação da saúde municipal. Ela revelou que o prefeito nunca se comprometeu em assinar o novo protocolo de cooperação entre o Município e o Estado. Este protocolo estabelece um novo valor que a Prefeitura deve repassar para o HRC, substituindo o valor antigo que já está defasado. Segundo Emmanuelle Cariry, Cajazeiras é um dos poucos municípios de gestão plena da Paraíba que ainda não assinou o novo protocolo, e o que é pior: o secretário de Saúde sequer comparece às reuniões convocadas pela SES para discutir a situação, e não justifica as ausências.  O pacto para a instalação do Centro de Imagem, uma das principais reivindicações da sociedade cajazeirense, também não está sendo levado a sério pela gestão municipal. O Estado, por sua vez, tem cobrado a participação do Município nos acordos firmados, e estes descumprimentos podem até gerar ações na Justiça. 
Política x Saúde
A diretora do Hospital Regional de Cajazeiras observou que as cidades onde o prefeito atual foi derrotado nas eleições de outubro são as que apresentam maiores problemas, fato que pode indicar uma espécie de comportamento de retaliação política. Mais de 80% dos atendimentos de baixa complexidade realizados no HRC, ou seja, os que deveriam ocorrer nos postos de saúde, são da cidade de Cajazeiras, segundo ela.
Por outro lado, alguns dos principais médicos do HRC que haviam se afastado para as campanhas eleitorais já estão retornando às suas atividades normais para somar forças com o resto da equipe que tem se desdobrado para atender à sobrecarga que vem sofrendo o hospital. O ex-prefeito Carlos Antônio Araújo, que também é médico cirurgião do HRC, poderá trazer nos próximos dias mais um cirurgião e um anestesista para reforçar a equipe. A situação mais delicada fica por conta da maternidade, que perdeu os obstetras Bosco Fernandes, eleito prefeito de Uiraúna, e José Célio, eleito vice-prefeito de Sousa. A direção tem observado a melhor maneira de suprir seus plantões até que seja possível a contratação de novos profissionais da área.
Ao final da entrevista, Emmanuelle Cariry fez um apelo para que a população compreenda a dificuldade pela qual o Hospital Regional de Cajazeiras está passando para não deixar toda a população de 15 municípios completamente descoberta. Ela acredita que a partir do segundo mês da próxima gestão municipal a situação começa a voltar ao normal.
- Obviamente que não vou dizer para a populaça deixar de ir ao Hospital Regional porque estamos sobrecarregados. Isso não existe. O que peço é paciência, porque não é fácil realizar em um só lugar atendimentos que eram para estar sendo feitos em cerca de 30, 40 postos. Ao estabilizar a nova Prefeitura, certamente a partir de fevereiro, a situação vai voltar ao normal.