quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Novo tratamento para câncer de pele raro está sob consulta pública

Ministério da Saúde avalia inclusão de novo medicamento para melanoma cutâneo, tipo raro de câncer de pele
O Ministério da Saúde (MS) pretende incluir na rede de atendimento oncológico do Sistema Único de Saúde (SUS) a chamada quimioterapia adjuvante, terapia que consiste no uso do Interferona, um medicamento imunomodulador, aplicado por injeção, que ajuda o organismo a reagir contra o melanoma cutâneo, tipo raro de câncer de pele. Para assegurar a adoção deste novo tratamento quimioterápico, o Ministério prevê a aplicação de cerca de R$ 30 milhões por ano.
A novidade está em consulta pública, em um documento que traz, pela primeira vez, diretrizes gerais de diagnóstico e tratamento do melanoma cutâneo. Podem contribuir especialistas, profissionais de saúde, universitários, associações e entidades que tenham interesse no assunto, além da população em geral. Para receber as propostas complementares, o texto ficará em consulta até os  próximos dias
Apesar de haver baixa incidência, o melanoma cutâneo - tipo raro de câncer de pele - pode agravar o quadro clínico de pacientes, levando ao alastramento da doença (metástase) e ao óbito. De acordo o secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Miranda, a vantagem do novo tratamento é a “viabilidade de prolongar o tempo de vida do paciente e evitar recaídas”, complementa.
No Brasil, a rede estruturada para o atendimento de câncer conta hoje com 273 hospitais. Todos os estados do país ofertam o serviço.
No ano passado, foram registradas 7.443 internações provocadas pela doença, totalizando mais de R$ 5,5 milhões. Em 2010, foram 8.569 internações ao custo de R$ 6,4 milhões.
O novo tratamento, recomendado nas diretrizes que estão em consulta pública, deve ser aplicado em pacientes que passam por cirurgia. Após esse procedimento, é realizada uma avaliação, que inclui o exame de gânglios linfáticos, que integram o sistema imunológico humano. Caso sejam detectados vestígios do melanoma - o que indica o risco de haver uma recaída do paciente e a metástase - é recomendada a quimioterapia adjuvante, com uso da Interferona.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA), vinculado ao Ministério da Saúde, estima que neste ano ocorram mais de 6,2 mil casos da doença, sendo a maior parte entre homens – quase 3,2 mil. Do total, 20% são diagnosticados já na fase três, etapa em que a doença está avançada e já provoca a metástase e o óbito do paciente. Em 2010, ocorreram 1.507 mortes, sendo 842 homens e 665 mulheres. A faixa etária mais afetada tem em torno dos 50 anos.
A DOENÇA – O melanoma cutâneo é um tipo de câncer de pele que tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele) e tem predominância em adultos brancos.
Embora o câncer de pele seja o mais frequente no Brasil e corresponda a 25% de todos os tumores malignos registrados no país, o melanoma representa 4% das neoplasias malignas do órgão, apesar de ser o mais grave devido à sua alta possibilidade de metástase.
Apesar de ser uma doença grave, o melanoma cutâneo é curável, se detectado precocemente. O principal sinal desse tipo de câncer é o surgimento de manchas escuras na pele, que mudam de tamanho e de cor, e que podem sangrar.
A doença é provocada pela exposição indevida à luminosidade solar, entre 10 e 15 horas, período em que há maior incidência de raios ultravioleta.
Por Ubirajara Rodrigues, da Agência Saúde - Ascom/MS
(61) 3315- 3713/ 3580

Nenhum comentário:

Postar um comentário